Dez semanas após o início da temporada, o balanço não pode ser negativo. Começou com alguns tiros nos pés, com a opção do "formato casting" para a pré-época. Excesso de jogadores para um arranque mais curto que o normal. A proximidade dos playoffs
não dava margem para experiências, antevendo-se o pior. Olhando para
trás, e atendendo a essa conjuntura, é difícil não sorrir à vulgarização
dos turcos e holandeses. O hábito de duvidar da valia de adversários
europeus vencidos é comum na comunicação social. Daí que este primeiro -
e fulcral - passo, tenha sido subvalorizado em relação a outras
situações do defeso. Talvez tenha sido melhor assim.
A entrada mais cedo em competição complicou a nossa posição no mercado. No entanto acabou por jogar a nosso favor. As
vozes que criticavam a indefinição do plantel a poucos dias dos
confrontos da Champions em Julho, baixam o tom um mês depois perante a
indefinição dos adversários. O Sporting acaba de contratar um
lateral esquerdo quando não se previa tal, mostrando que até ao fecho do
mercado está tudo em aberto para minimizar um arranque tão morno. Ao
Porto tiram-lhe novamente o tapete dos pés com o "assegurado" Falcao;
fala-se da iminente saída de Álvaro Pereira; Moutinho também é hipótese;
Fernando "encostado" para "reflectir"; e Guarin está com a cabeça mais
"lá" do que cá. Dos que entraram, só Kleber é que joga. Cá em casa, nas
últimas duas semanas as coisas estagnaram - correndo o risco de falar
cedo de mais. Estruturalmente as coisas estão definidas, arruma-se a casa com saídas, e Jesus procura acertar no melhor esquema de jogo. Coentrão
foi tratado no tempo certo. Procurou-se remendar o lado esquerdo.
Baliza reforçada. Central de peso para acompanhar Luisão. Novela com o
capitão resolvida. Maxi ainda por renovar (!) e um conjunto de opções
mais vasto para o meio-campo. Alguns miúdos que regressam com mais
estaleca, e alguns excedentários que poderiam nem ter posto lá os pés na
pré-época.
Dez semanas após o início da temporada, o balanço não pode ser negativo. Faltou nos vitória que ridiculamente escapou em Barcelos para existir outra tranquilidade. Resta a Jesus saber alimentar a onda que aparenta reerguer-se, e esperar que a história de 2009-2010 se repita.