24 setembro 2011

Porto


Bravos.

Jogo atípico, em que defrontamos uma equipa com uma severa crise de identidade. Por um lado a virilidade e agressividade de um pugilista ressabiado, por outro a sensibilidade e delicadeza de um actor emocionado.

Deu para tudo este jogo. Deu para oferecer a primeira parte. Deu para ficar irritado com o recuo inicial da equipa. Deu para mostrar que já não somos o castelo de cartas da época passada. Deu para ver teatro. Deu para ver a bazófia de uma equipa que julgava ter ganho o jogo. Deu para ver a habilidade de Vítor Pereira a ler o jogo. Deu para explodir com um grande golo. Deu para gelar o Dragão.

O resultado fica aquém do desejado. Mas perante o desenvolvimento do jogo, é de enaltecer o espírito dos jogadores num campo de extrema dificuldade. A solidez defensiva, apenas quebrada em lances de bola parada (como Jesus?!), e a serenidade da equipa perante tamanha encenação, jogando até ao final com a cabeça e não com o coração.

Defensivamente, para além do pilar que é Luisão, destaque para o triângulo Garay-Javi-Emerson que limitaram as movimentações do lado direito portista, secando o abono de família da equipa,

Ofensivamente, destaque para a entrada de Saviola, obrigando Fernando a recuar, dando início à quebra do meio-campo, confirmado minutos depois com a entrada do artista Belluschi. Cardozo novamente a marcar num jogo tão importante.

Fucile no final classificava de vergonhosa a arbitragem. Se te dedicasses tanto à bola como ao teatro, de certeza que não estavas a olhar para o Nolito no 1º golo, ou a dormir no 2º.

Em primeiro.