24 novembro 2011

Todos à Luz!

O cenário está montado, agora o Benfica tem na mão o poder de o contrariar.

A permanência de Vítor Pereira tornara-se uma questão pessoal para Pinto da Costa. Não estamos a falar de um Luigi Delneri que transformou o Verona, levando-o da SerieB à Uefa. Não estamos a falar de Victor Fernandez com credenciais em Espanha. O "Adjunto" foi uma aposta cega de alguém completamente desorientado com a jogada de Villas-Boas no defeso. O Pinto pôs se a jeito e acreditou que o sucesso de Vítor Pereira seria a jogada ideal para não só repor o orgulho, mas também descredibilizar todo o trabalho feito pelo seu antecessor. "Nada vai mudar, porque no fundo era o Vítor quem os treinava.", já vociferava no inicio da época. A imprensa alimentava o mote, e a derrota (só por 2) frente ao Barcelona já era visto como conquista. Nos primeiros jogos a equipa já era analisada como uma versão melhorada da anterior. Um upgrade. Com mais espectáculo garantido. Se o Pinto tinha conseguido fazer de Jesualdo o único português a conquistar um tri, porque que razão iria falhar com o "Adjunto"?

O cenário está montado, a comunicação social conseguiu fazer crer que o Shaktar (que não ganha a ninguém!) seria um adversário colossal. A vitória (sofrida) é empolgada. Cena 1. Este fim-de-semana o clube satélite tem de dar um jeito e tirar o pé do acelerador. E o Benfica tem de perder pontos (sim, o Benfica, porque nas situações-limite o que vale é a comparação com a posição do Glorioso). Cena 2. A vitória esperada (e futuramente empolgada) frente ao Braga, um resultado negativo do Benfica, e o primeiro lugar isolado funcionará na perfeição. A partir dai a imprensa cozinha o resto. Desaires do Vítor serão relativizados. "Somos Porto" nos escaparates. O nunca batido "Contra tudo-Contra todos". É até provável que não falte uma conferência de imprensa conjunta de raiva a ilustrar um "grupo injustiçado".

Atenção Benfica. O cenário está montado. E a história da rede é um valente fait-diver.