27 março 2014

Porto

Tudo o que se passou ontem só fará sentido se vencermos em Braga.

À passagem do Douro tomavam-se as decisões. Lima no banco. Artur na baliza. Cardozo para a frente. A Mística em casa. Fica a mensagem para as massas. Independentemente de tudo, o importante é continuar a vencer no campeonato. Entram em campo com isso em mente, sem seis dos habituais, e com uma boa dose de apatia.

O jogo desenrola-se com um golo cedo. A equipa dobra como já não dobrava há alguns tempos, mas não quebra. Talvez por ter já começado quebrada. A bola estranha agora estas rotinas. A equipa crescera para outro modelo onde Cardozo parece menor. Voltamos com uma dupla de peito feito frente ao trio portista no meio campo. Desta vez sem a dimensão de Matic ou de Enzo, agrava-se a ausência do apoio alternado de Lima ou Rodrigo. A partida decorre, a equipa pouco desenvolve.

Sou um espelho da equipa. Aborreço-me no sofá e exigo mais. Exigo que joguem mais, que ganhem. Exigo que rodem os jogadores. Exigo que joguem sempre os melhores. Exigo dois golos no último minuto. "Ao menos ninguém está com medo", dizem-me ao lado. De facto o medo deu lugar à indiferença. A equipa revela uma serenidade que toca várias vezes na falta de concentração. Os erros sucedem-se. A técnica e a tomada de decisão não estão nos seus dias. Provavelmente em casa a fazer companhia à Mistíca.

Do outro lado uma equipa em esforço, empenhada em resolver a eliminatória o quanto antes. Do outro lado uma equipa a passo que por pouco trás o empate. O meu "eu masoquista" encontra algum conforto nisso. "Antes indiferença que medo", penso eu. E fica a ideia na cabeça que, mesmo trazendo um resultado negativo para Lisboa, está tudo em aberto. Ao alcance da equipa. Basta querer.

Tudo isto fará sentido quando vencermos em Braga, tento convencer-me.