27 julho 2012

Canto inferior esquerdo

Faltam 3 semanas para o primeiro jogo oficial. Este ano começamos mais tarde, mas com teste de fogo logo na primeira jornada. 3 semanas já passaram de defeso. 1 mês para o fecho de mercado. Espera-se um lateral esquerdo. Alguém com credenciais para pegar de estaca na equipa ou com reconhecido potencial que mereça a aposta. Com o passar do tempo cresce a impaciência. 

Luisinho, a única opção com experiência na posição, tem se mostrado discreto mas competente. Não sendo um fora-de-série mostra maior atrevimento nas movimentações ofensivas que Emerson. Há sempre menos crédito para as nossas apostas no mercado interno. Um Luiz qualquer das profundezas do Uruguai talvez tivesse melhor sorte. Culpa nossa, do treinador de bancada, ou do diminutivo no nome que reacende o "complexo Miguelito".

A aposta em Melgarejo tem duas faces. Por um lado o entusiasmo da pequena probabilidade de sair algo parecido com o Coentrão - o aproveitamento daquela vertigem pelo corredor apesar da insegurança defensiva dos primeiros momentos. Por outro reflecte a falta de objectividade na resolução de um problema já anunciado na época anterior. Uma adaptação tem o seu mérito quando não existem mais recursos. Uma adaptação com um mês para o final do mercado é uma aposta de risco irresponsável. Mesmo que descubramos que acertamos em cheio daqui a meia dúzia de meses.

O dossier lateral esquerdo não difere muito de outros existentes em Alvalade ou no Dragão. O formato novela de defeso é algo com que temos sempre que lidar. Há dramatismo que só aparecem quando se fala do Benfica. O ponto fraco do plantel mais estável da liga portuguesa. O canto inferior esquerdo é hoje não só um problema desportivo, mas também directivo e de liderança à espera de ser resolvido.