07 outubro 2013

Estoril

Mentalizei-me que não ia ver um bom jogo. Deixei-me de esperanças. Queria era 3 pontos. Fosse por um golo, por dois, com a cabeça, com o pé, numa carambola, pelo Cortez, ou até pelo Artur. Ainda não cheguei ao ponto de incluir a ilegalidade nessa lista. Queria era ganhar. Por isso não acabei o dia insatisfeito. Com o coração nas mãos, mas não insatisfeito. Pouco entusiasmado, mas não insatisfeito. Não reconhecendo novamente a equipa, mas não insatisfeito. Insatisfeito portanto, mas não insatisfeito.

Quero me convencer que uma série de vitórias - mesmo que muito suadas e arrancadas a ferros - serão o suficiente para dar a volta a crise de confiança da equipa. Quero me convencer que tudo se resume a isso. Ao bloqueio dos intervenientes. Ao ver os passes falhados por Matic e Enzo só posso chegar a essa conclusão. Incapacidade técnica não é. Falência táctica também não - falo de situações de clara linha de passe. Quero acreditar que é a  falta de confiança e o peso da responsabilidade que insistem em tornar o redondo em cúbico. Daquele cúbico que não só toma a direcção errada, como queima nos pés.

Mas custa ver tudo isto. Valeram os golos, principalmente o de Cardozo, daqueles que têm o dom de fazer esquecer o resto do jogo. Ficaria a falar sobre o movimento do paraguaio até ao final da partida, não fosse o balde de água fria no minuto seguinte. Se Balboa se transforma assim contra nós, tenho medo do colosso em que se vai transformar Roberto quando chegarmos à Grécia.

Objectivamente, ganhamos numa das deslocações mais complicadas deste ano. O subjectivo fica para ser trabalhado nas próximas semanas.