04 setembro 2012

Axel

A minha inócua imaginação leva-me a desenhar cenários sem sentido. Imagino por exemplo que o Axel teve o seu nome em honra do Rose. O outro de cabelo vistoso também, mas sem a vogal. Terá sido concebido numa noite tórrida do verão Belga, em pleno final dos 80s, ao som de Appetite for Destruction. Título que poderia ilustrar o tórrido verão encarnado, em pleno final de mercado.

Em poucos dias levamos duas nos queixos, ficando a ver um sérvio no lugar de um espanhol e um português no lugar de um belga. Welcome to the Jungle cantava o outro Axl, o que deixou a vogal em casa. É assim que começamos.

O amuo da saída de Javi não passou. A saída de Witsel acentua o sentimento. Acima de tudo pelo espanhol, mais do que pelo belga que saíra pelo valor da cláusula. Aí há pouco a fazer e lamentar acima de tudo a visão curta do jogador. Os milhões russo não te merecem. Servem para cobrir atletas sobrevalorizados que reflectem um campeonato - de bicos de pés a chamar a atenção. Mais um ano e estarias noutros palcos mais nobres, sem aqueles caracteres estranhos nas costas e transmissões desportivas de qualidade duvidosa. Este não enganava. So easy cantava o outro Axl, o do cabelo vistoso comprido.

Apostou-se em Matic no ano passado para substituir Javi e foi-se buscar o Martins para acautelar a saída provável de Witsel. Tal como Lima para Cardozo ou Salvio para Gaitan. Podiam ter levado antes o argentino, suspiravam muitos. Ficamos com as sombras no miolo, o suficiente para assustar as hostes. Agora mais do que nunca a equipa terá que se unir e Jesus terá obrigatoriamente de repensar o miolo, equilibrando-o de forma objectiva, resguardando a equipa do foco mediático a que vai estar exposto. Vai haver muita poeira para ninguém questionar se há vida depois de Hulk. A dificuldade aumentou exponencialmente, mas não deixo de acreditar que chegaremos a Paradise City como cantava o outro Axl, o que não era benfiquista.